"Fábio Franciulli pinta gestuais figuras geométricas, as quais acrescenta reminiscências sensoriais. O seu abstracionismo é impregnado de memórias figurativas e da experiência sensível da visualidade urbana"
Jacob Klintowitz Crítico de arteEnergia visual"As pinturas de Fábio Franciulli parecem explosões selvagens de energia visual, assumem formas transcendentes, formas geométricas perfeitas, entrecortadas de texturas maravilhosas, induzindo à vista uma arrancada de interpretações a desfazer pouco a pouco o nosso senso de realidade visual. Seu dinamismo pictórico é tão convincente quanto qualquer ensaio previsto para provocar estados emocionais. Suas pinturas representam uma pesquisa de movimento ao mesmo tempo gráfico e espacial. Os ângulos agudos das linhas e as vibrações das cores iluminam o espaço. O azul fluorescente que freqüentemente domina, introduz um clima de paz e solidão. Fica-se tocado pela profunda ambigüidade desse trabalho abstrato luminoso que encanta, emociona e inquieta.
Pietro da Cortona, que dizia: “há grande força nos excelentes mestres da pintura e da escultura, os quais meditam no trabalho sobre muitas, várias e graves dificuldades, recorrendo com ânimo em todas e em cada uma...de onde, às vezes, tornam-se abstratos...”. O abstrair-se desembocou na manifestação mais liberta, por reação ao intolerado academismo do que por vocação. Cada abstração se apóia num “concreto”. Piet Mondrian foi o cunhador deste termo, pois sua abstração era mais concreta que o natural.
Fábio Franciulli expressa linhas e cores e quem tenta interpretar suas mudanças, procura, ao apresentá-lo, substantivos e mais adjetivos para dar senso também à sua abstração. Sua pintura se aproxima do divagar formal, diria excluidor do natural, não reproposto, mas revivido numa maneira própria, definida no indefinido".
Maria Helena de Campos Paiva
Curadora – Diretora do Jornal das ArtesA busca do sensível
"A produção artística contemporânea reflete os contrastes de uma época que se dilacera nos avanços tecnológicos, rompendo barreiras que dificultam a comunicação universal.
Fábio Franciulli imbuído da necessidade de expressar essa competição tecnológica, realiza uma obra pictórica envolta no ritmo alucinante das grandes transformações.
Buscando o essencial, surgem texturas que testemunham a perversidade do ser humano na caótica evolução urbana, permitindo incursões analíticas.
Transparências e mutações abstratizantes compõem certos detalhes de uma pintura vinculada ao dinamismo rítmico das cores, espelhando gestualismos e geometrias incontestavelmente delirantes.
A linguagem pictórica de Fábio preserva a magia das texturas, resgatando os signos de um tempo perdido em vibrações cromáticas que refletem uma estética inovadora".
Primavera de 1995
José Henrique Fabre Rolim
Crítico de arte - membro da ABCA/AICA "No começo do século, artistas da modernidade recusavam-se a produzir paisagens superpovoadas de metáforas parnasianas, em busca da origem da forma que começa nos pontos, linhas, cores, texturas, numa diversidade de suportes, nas transparências.
Hoje a antimatéria, a energia pura e a luz impõem o ideal.
Fábio Franciulli procura caminhos através da pesquisa dessas cores e texturas, formas e simbologias.
Nasceu em São Paulo, formou-se em desenho artístico e publicitário, lecionou arte durante muitos anos e começou a expor seus trabalhos em 1986, todos de tendência geométrica e simbolista.
Participou de inúmeras mostras e exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais, salões oficiais e leilões de arte, sempre agraciado com importantes premiações.
Os abstratos proporcionam uma viagem sem destino pré-determinado. Muitos deles se movem do centro da obra, às vezes de pontos que nem percebemos. Há um passeio que expressa calma. Em seus quadros, pouco a pouco somos conduzidos para onde tudo se concentra, sem resistências, sem medo de repressão ou qualquer coisa a ser provada. Sugere expansão, relaxa. Sem sentir, somos conduzidos para um sono inconsciente e feliz.
Perguntado sobre sua arte, Fábio discorre: "Procuro expressar os confrontos estéticos de uma época alicerçada na competição tecnológica. Por consequência disso, minha obra é envolta no ritmo alucinante das transformações mentais. Busco o essencial, surgindo texturas que testemunham a transmutação do pensamento humano, na caótica evolução urbana".
Para ele o que interessa são as relações entre as coisas. Seu trabalho tem por base o conceito que considera a arte um sistema mutante, não estático, adquirindo significado ao reunir situações e estágios diferentes de representação. Suas pesquisas sobre percepção, espaço e abordagem visual, sobre a interação das relações intrínsecas ao trabalho a às circunstâncias em que ocorrem as apresentações, estão entre as mais importantes contribuições à arte contextual".
As telas de Fábio Franciulli estão em coleções particulares pelo Brasil e no exterior. É catalogado no dicionário Artes Plásticas Brasil 96, no Maison Et Object Catalogue, no Le Sermadiras - Art Guide International e no Anuário Latino Amaricano de Las Artes Plásticas.
Regina Bicudo Revista Joy